Finalmente chegou o dia mais esperado da Moda Lisboa. E não o digo pelo Custo Barcelona ou pelo Felipe Faísca – digo-o pela Katty Xiomara, que é de longe a minha designer preferida. As roupas dela são simples, jovens e sofisticadas – vejo-me a vestir, uma e cada uma das peças, vezes sem conta. Ela é simplesmente brilhante.
Acordei cedo, tentei actualizar o blog o mais possível, tomei banho, vesti-me, esperei pela minha amiga (ok, ela esperou um bocadinho por mim) e fomos a voar, literalmente, para Cascais – se me tivessem apanhado...tinha ficado sem carta.
Chegamos à Baía de Cascais a horas. Estava um calor descomunal, milhares de pessoas a ir para a praia e lugares, nem vê-los...encontrei um daqueles de lado e à esquerda (já alguma vez mencionei que sou um zero à esquerda a estacionar?). O que vale é que a minha amiga e mais dois rapazes simpáticos, que tinham acabado de estacionar, ajudaram-me a fazê-lo, e com sucesso – é que estava mesmo, mesmo quase a desistir!
Finalmente chegamos ao recinto, fomos direitinhas à sala do desfile, ainda estávamos a tempo...
O desfile começou - a música de feira, circos e carrosséis antigos encheu a sala, criando uma certa expectativa. Ainda meio atordoadas e deslumbradas pelos primeiros coordenados, damo-nos conta que a música mudou - a melodia típica de caixinha de música antiga, transformou-se numa batida bem mais actual, tão actual, que diria mesmo acabadinha de sair do mais recente CD, de uma das minhas cantoras preferidas - a irreverente Lily Allen. O que não podia ser mais adequado - estilista preferida com banda sonora perfeita – o resultado? -Só poderia ser uma colecção surpreendente, despretensiosa e genial.
Ao som de fuck you so much, passaram pela passerelle inúmeros mini-vestidos (a minha peça de roupa de eleição, logo a seguir aos jeans), mini-saias cintadas, camisas, boleros, casacos, calças largas de cintura subida – com folhos, tranças, laços, transparências, rendas, estampados retro, às riscas, com volumes, tecidos fluidos, cinturas marcadas, ombros definidos e peças estruturadas – numa palete de tons metalizados e envelhecidos – do malva ao bordou, passando pelos cinzas, rosas e castanhos.
Em suma, uma colecção fantástica que em nada ficou a dever às minhas expectativas – que eram bem altas.
fotos by Hemna.